Doenças de verão: saiba quais são as mais comuns em crianças

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problemas podem ser evitados com ações simples

Por Renata Demôro

Com a chegada do verão, as crianças de férias tendem a passar mais tempo ao ar livre, em contato umas com as outras. Nessa época do ano, algumas doenças apresentam aumento de incidência. De acordo com a pediatra Eliana Bondi, professora de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), com alguns cuidados é possível evitar grande parte delas.

“A principal orientação é prever o dia na praia ou na piscina. Ter mudas de roupas extras, beber água, reaplicar o filtro solar de hora em hora e preparar um lanche balanceado que não estrague no calor já são atitudes que evitam boa parte das complicações”, diz Eliana. A seguir, confira uma lista com as doenças de verão mais comuns entre as crianças:
  • 1
    Conjuntivite
    De acordo com os autores do livro “O primeiro ano do seu bebê” (Editora CMS, 288 páginas, R$ 89), a conjuntivite pode surgir também em bebês pequenos. O problema deixa os olhos inflamados, vermelhos e pode ocorrer a liberação de pus, que forma uma substância grudenta.   “Quando associada à gripe, a conjuntivite costuma ser viral e pode ser tratada com a aplicação de compressas de algodão com água fria e fervida. Se não houver melhora em poucos dias, procure um médico. Ocasionalmente, a conjuntivite é causada por uma infecção bacteriana, que exige o uso de colírio antibiótico ou pomada”, explicam os autores do livro. A pediatra Eliana Bondi conta que também existem a conjuntivite alérgica, que causa coceira, além de uma forma causada por queimadura solar. “Crianças expostas ao sol por tempo prolongado podem apresentar queimadura solar nas pálpebras. Para verificar se o problema existe, basta puxar as pálpebras e identificar se existe uma linha esbranquiçada na área avermelhada. Para resolver o problema, pingue colírio do tipo lágrima artificial”, explica Eliana. 
  • 2
    Otite
    Passar o dia mergulhada na água da piscina pode ser o suficiente para a criança ficar com o ouvido inflamado. A otite pode ser causada por fungos ou bactérias e costuma provocar zumbido e dor intensa. A pediatra Eliana Bondi recomenda a visita ao médico para tratar o problema. “A inflamação no ouvido também pode ser causada pelo uso excessivo de cotonete. Não recomendo remover a cera dos ouvidos das crianças ou introduzir o cotonete profundamente para limpar a região. Ele pode ser usado apenas para higienizar a região externa do ouvido”, diz a pediatra. 
  • 3
    Impetigo
    O impetigo é uma doença de pele causada pelo desequilíbrio na população da bactéria naturalmente encontrada na pele. Picadas de inseto e pequenos machucados podem ser a porta de entrada para a formação de uma ferida. De acordo com os autores do livro “Primeiro ano do seu bebê”, “a lesão costuma ser vermelha e infecciosa e pode apresentar pequenas bolhas com líquido, que desenvolverão uma casca amarela. Costuma surgir no rosto, mas pode se espalhar por outras partes do corpo. É preciso procurar um médico, que irá receitar creme antibiótico ou remédios. A erupção é extremamente contagiosa. Para evitar que a criança se reinfeste, tenha cuidado especial com a higiene das roupas”.
  • 4
    Diarreia
    De acordo com a pediatra Eliana Bondi, o problema pode surgir após um longo dia na praia, devido a uma gastrointerite. “Crianças não devem comer salgadinhos, peixes ou camarões vendidos na praia, já que desconhecemos a procedência e o modo de preparo. O ideal é preparar o lanche antes de sair de casa. Sanduíches com queijos pasteurizados e frios que não precisam de resfriamento, como o salame, são bem-vindos. Não esqueça de incluir um líquido para hidratar, que pode ser água de coco, sucos ou achocolatados em caixinhas. Para os bebês, prepare mamadeiras pequenas com água e leite materno. Dessa forma você evitar desperdiçar o alimento, já que ele precisa ser descartado caso a criança não beba tudo”, informa a pediatra.
  • 5
    Insolação
    Eliana Bondi explica que a insolação costuma ser causada pela distração da mãe. O problema costuma causar mal estar, dores de cabeça, náuseas e tontura. “Passar o dia todo sob o sol não é recomendado para nenhuma criança. Mesmo nos horários considerados próprios para o banho de sol, ela deve fazer pausas nas brincadeiras, ficar na sombra e beber água. A criança que passa o dia mergulhada na piscina também corre risco de apresentar insolação, já que o espelho d’água reflete a luz solar, aumentando a intensidade dos raios”, explica a pediatra Eliana Bondi.
  • 6
    Micose
    As micoses são infecções de pele causadas por fungos. A pediatra Eliana Bondi explica que deixar bebês e crianças o dia todo com sungas e biquínis molhados é uma das principais causas do problema. “Quando a criança sai da água é preciso trocar por uma muda de roupa limpa e seca, já que o atrito com a roupa pode agravar o problema. Bordas de piscinas, vestiários e lava-pés também podem favorecer esse tipo de parasitose. Para evitar o contágio, as crianças devem estar sempre de chinelo”, diz a pediatra. 


Doenças típicas da Primavera

Saiba como preveni-las



Doenças típicas da Primavera

  A Primavera está mesmo aí! É tempo de guardar as roupas quentes e de nos prepararmos para uma das Estações mais divertidas e coloridas do ano. No entanto, também não é menos verdade que algumas das doenças infantis são tipicamente sazonais e desenvolvem-se na Primavera. Saiba quais são, os sintomas, as formas de tratamento e os conselhos do pediatra Dr. Armando Fernandes.
Quais as típicas doenças da Primavera nas crianças?
Quando falamos de Primavera, em termos de doenças infantis, um grupo de doenças vem-nos imediatamente à cabeça, como as chamadas doenças alérgicas (rinites, conjuntivites, reacções alérgicas a picada de insectos, etc.). Claro que existem muitas outras situações, nomeadamente algumas doenças virais e bacterianas (varicela, gastroenterite, meningite (viral ou bacteriana (meningococos), entre outras.
Como prevenir as doenças e promover a saúde dos bebés nesta nova Estação?
Com a chegada da Primavera aumenta a permanência em ambientes exteriores e, particularmente, a prática de actividades lúdicas e desportivas ao ar livre. As condições climáticas, propícias à floração de muitas plantas, favorecem a libertação de grande quantidade de grãos de pólen, capazes de sensibilizar crianças atópicas ou desencadear a ocorrência de manifestações clínicas em doentes com alergias. No que respeita às alergias, poderemos referir algumas medidas preventivas:
- Não agasalhar demasiado as crianças;
- Evitar os tecidos sintéticos e as lãs em contacto com a pele (optar sempre que possível por roupas de algodão);
- Evitar situações de contactos com pó, penas, pêlos, pólenes, tintas, etc.;
- Evitar muitos contactos com animais de penas ou de pêlos (periquitos, gatos, cão, etc.);
- Evitar o fumo do tabaco (em casa ou em outros locais);
- Não viajar de carro com as janelas abertas (principalmente se o bebé é alérgico aos pólenes);
- Em zonas rurais, evitar sair à rua a partir das 12:00 h – pico de polinização – (principalmente se a criança for alérgica aos pólenes);
- Nas cidades evitar sair à rua ao fim da tarde por causa da poluição.
Quais as formas de diagnóstico de cada uma delas?
O diagnóstico deve ser realizado por um pediatra ou por outro especialista com experiência e sensibilidade para lidar com crianças. Por vezes, o diagnóstico é essencialmente clínico (por exemplo, no caso da varicela). Outras vezes, exige a realização de exames complementares de diagnóstico para confirmar um diagnóstico presuntivo (por exemplo, no caso da meningite).
Quais as medidas de tratamento?
O tratamento vai depender de cada doença específica e deverá ser personalizada a cada criança, pelo que deverá ser orientada por pediatras ou outros especialistas com experiência e sensibilidade para lidar com crianças.
Podemos afirmar que as doenças sazonais desenvolvem-se conforme a mudança de estações?
Certamente! A título de exemplo poderemos referir que as rinites alérgicas são tipicamente doenças que ocorrem na primavera. As meningites a meningococos são mais frequentes no Outono e na Primavera.
Quais as maiores queixas nas suas consultas nesta época?
A minha casuística particular é globalmente concordante com o que já foi dito. Contudo, cada vez tenho menos utentes com varicela ou com gastroenterites por rotavírus porque incentivo todos os pais a vacinarem os filhos contra os agentes que provocam as referidas doenças (ver caixa sobre a vacina do rotavírus).